sexta-feira, 25 de abril de 2014
Diga
Ontem eu sonhei com você. Eu só te liguei porque precisava ouvir aquelas coisas que eram tão normais, que a gente já não falava mais. Eu queria tanto te ouvir dizer agora. Hoje acordei sem você e eu só percebi quando eu senti falta de mim pois existem coisas que eu queria mais e tantas coisas pra deixar pra trás. Eu queria tanto te ouvir dizer, agora.
Então diga, que não vai sair da minha vida. Diga que não passa de mentira quando dizem que o amor morreu. Então diga, que o tempo fecha toda as feridas, e que pra nós existe uma saída, que nem por um segundo me esqueceu.
Tira a maquiagem pra que eu possa ver aquilo que você se esforça pra esconder. Agora somos só nós dois, já podes parar de fingir. Mas cala essa boca e me diz com o olhar, quem era você até me encontrar ? Se agora és diferente, o que eu fiz que te fez mudar ? Eu lembro dos lábios tremendo ao dizer: "Eu não vivo sem você".
Então diga que não vai sair da minha vida. Diga que não passa de mentira quando dizem que o amor morreu.
Tira essa roupa pra que eu possa ver que não há uma arma tentando se esconder. O mal vive num lar perfeito e sem infiltração. E tira o cabelo da cara e me diz se por um segundo quiseste me ver feliz ou se és o meu destino tentando me dar uma lição. Eu lembro de cerrar os punhos pra dizer: "Eu não amo mais você!!"
E diga, que não volta mais pra minha vida e que a nossa estrada é bipartida, esquece o dia em que me conheceu. Então diga, que nem todo dinheiro dessa vida não vai comprar de volta acolhida no peito de quem já foi todo seu.
A casa é minha mas pode ficar. Eu volto amanhã e não quero mais te enxergar. Faça as suas malas e nunca mais volte aqui. E eu juro pela vida da mãe e do pai. Ciente do peso da expressão "nunca mais". Volte a oferecer teu corpo a quem preferir. Viver ao lado de quem não tem nada pra dizer, confesse pra mim de uma vez.
Mas diga, que nunca foi feliz nessa tua vida. Teu texto, teu sorriso de mentira pode enganar a todos, não a mim. Então diga, que essa mão que acena na partida. Por tantos idiotas pretendida. É a mesma que decreta o nosso fim.
Assisto ao teus passos como a um balé. Quem vai usurpar agora que ninguém te quer ? A verdade demora mas chega sempre sem avisar. E o grito contido no teu travesseiro ecoa nos lares do mundo inteiro. Não tira esse rímel, pois hoje quero vê-lo borrar.
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